segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um olhar para a lua


Até a época de Aristóteles ninguém havia, ainda, pensado em medir distâncias entre a Terra e qualquer outro astro celeste, ou até mesmo na determinação do tamanho da própria Terra. Aristarco de Samos, astrônomo da Grécia Antiga foi o primeiro a usar métodos de medição de distâncias da Terra em relação aos astros do céu.

Curioso pensar que a palavra de Aristóteles até então, tinha uma grande manifestação sobre os trabalhos dos cientistas antigos, alguns aceitavam sua cosmovisão, outros iam contra a estabilidade da Terra no centro do Universo.

No trabalho de Aristarco de Samos, não há grande importância à sua cosmogonia, entretanto, sua literatura esta centrada na determinação de distâncias. A base de suas medições se principiou com o uso de um instrumento, chamado balestilha, na determinação da posição de estrelas.

A balestilha é um instrumento que media a posição das estrelas numa noite de acordo com os ângulos que as mesmas formavam no céu. Esse instrumento foi muito utilizado para a determinação de latitudes usadas em navegações, usando simples métodos trigonométricos de proporcionalidade entre as distâncias.

O primeiro objetivo de Aristarco foi medir a distância da Terra à Lua e, depois, da Terra ao Sol. Para isso, o astrônomo comparou a Terra com a Lua quando está se encontrava na fase de quarto crescente, em relação a distância da Terra e da Lua ao Sol. Com isso, Aristarco, obteve um triângulo retângulo, em que o vértice do triangulo com 90º, correspondia a posição da Lua.

Feito esse triângulo, Aristarco conseguiu determinar o ângulo que o triângulo formava no vértice em que o Sol se encontrava, um valor correspondente a 3º; a partir desse ângulo, o cientista, usando regras trigonométricas do seno e da tangente, obteve a distância da Terra ao Sol.

Por mais que o método dessa dedução de distâncias estivesse correto, Aristarco não chegou aos valores corretos, que são conhecidas atualmente. O erro do seu método consiste em que é muito difícil se determinar o instante exato da fase da lua no quarto crescente apenas com observações a olho nu.

Faltava, ainda, determinar a distância da Terra à Lua. Para isso, Aristarco, usou um método muito inteligente e aplicável: analisou um eclipse da Lua e mediu o tempo máximo de permanência do eclipse, com isso ele conseguiu determinar quantas luas cabiam dentro do cone da penumbra da Terra.

Primeiramente, com o tempo medido correspondente a duração do eclipse, Aristarco obteve o diâmetro da Terra, e com esse valor comparou com o diâmetro da Lua e, segundo métodos trigonométricos de proporcionalidade, ele descobriu a distância da Terra à Lua.

Novamente, o método usado estava correto, porém os valores estavam incorretos comparados aos valores atuais.

Mesmo usando métodos corretos e sofisticados, Aristarco obteve resultados muito desproporcionais aos conhecidos hoje, não por ter utilizado o método erroneamente, mas porque, era muito difícil e, até certo ponto, impossível de se determinar o minuto correto em que a lua entra na fase de quarto crescente, por exemplo. Até nos dias atuais essa determinação é de difícil visualização.

Outra dificuldade diz respeito aos cálculos de ângulos entre as distâncias do Sol á Terra e da Lua à Terra, também.

Por fim, destaca-se a elegante ideia de Aristarco quanto ao cálculo das distâncias, são métodos completamente utilizáveis e modernos. Apesar dos erros finais, o astrônomo prova que a ciência, assim como a filosofia, não sofre transformações, mas sim, elas evoluem, trazendo um pouco do passado e do presente; onde, os dois juntos formam o futuro que um dia será passado novamente.
O ato transformador é que dá vida as invenções e as descobertas científicas e permite que nos experimentos cotidianos, um pouquinho daquela verdade que todos procuram se mostre mais claramente.
Boa filosofia a todos!

Imagem retirada do site: http://web.educom.pt/fq/biografia/aristarco.jpg