Com o passar do tempo, os índios perderam sua identidade cultural e, até mesmo, religiosa, e foram submetidos aos princípios e ideologias decorrentes de pensamentos europeus. Começava aí, a formação da educação brasileira que, com o passar dos séculos, foi se adaptando e se modificando conforme as necessidades dos alunos. No início, as escolas eram, apenas, para alunos pertencentes à classe dominante da sociedade, ou seja, pertencente às elites. A partir dessa separação de classes sociais, já se criava uma idealização e uma maior importância para os “bem nascidos” da sociedade, aumentando, assim, as diferenças sociais tão marcantes em nossa sociedade, vistas nos dias de hoje.
Mudanças políticas e estruturais na sociedade foram geradas, universidades criadas, leis de fundamento educacional foram aprovadas, escolas gratuitas foram institucionalizadas e, órgãos, ministérios e estatutos foram feitos para subsidiar a educação no Brasil.
Por mais que projetos de desenvolvimentos educacionais fossem feitos para criar melhorias no alcance da educação à todas as comunidades e, que programas de planejamento na abordagem pedagógica que os professores tinham com os seu alunos fossem feitas, a escola tradicional ainda era um fator importante no ensino.
Os modelos da escola tradicional principiam a submissão do aluno ao mestre, que por ora, é visto como a pessoa dotada de poder intelectual sobre os estudantes. O próprio ambiente da sala de aula nos remete a essa imagem: os estudantes enfileirados de forma regular pela sala, o professor à frente dos mesmos discursando sobre os conteúdos necessários para a formação de um cidadão.
Entretanto, a escola tradicional não vê diferenças singulares que uma pessoa, no caso, que um aluno pode ter do outro. Tratando-se de seres humanos o ambiente escolar não deve ser algo mecânico e completamente técnico, o homem é volúvel e um não é igual ao outro, todos nós temos nossas singularidades, defeitos e qualidades.
Tais diferenças próprias do caráter humano eram evidenciadas num ambiente educacional e vivenciadas de forma a pronunciar o preconceito e a discriminação de uma pessoa com a outra.
Quando um aluno possui maneiras diferentes de aprendizado que não se assemelham ao restante, o grupo percebe essa diferença e tem dois caminhos a seguir: ou o grupo discrimina a pessoa e a exclui do mesmo, ou o grupo inclui essa pessoa aceitando as suas diferenças, compartilhando experiências mutuamente.
O que se vê na esfera educacional brasileira é, justamente, a primeira opção. A forma com que a educação foi estruturada ao longo do processo histórico evidencia o preconceito e a marginalização dos que são denominados “diferentes” do restante da comunidade. Felizmente, grupos de intelectuais e a própria sociedade, vem percebendo que esse preconceito é algo maléfico e atrasado para o próprio desenvolvimento de todas as partes de uma sociedade.
Projetos de inclusão educacional estão sendo criados e implantados a fim de garantir uma melhor qualidade de vida e de aprendizado para os alunos. Quando a criança e, até mesmo, o adolescente, tem contato com outras pessoas, há um desenvolvimento do próprio caráter humano de respeito e de humildade ao próximo. A abordagem natural e inequívoca de perceber que as diferenças entre os homens é algo completamente natural, abre espaço para que diferentes culturas se conheçam e, assim, possam mutuamente transferir e compartilhar visões diferentes de mundo, além de costumes, religião, crenças e maneiras diversas de aprendizado.
O constante contado de um grupo com outros, promove, quase que obrigatoriamente, a noção de nação entre os indivíduos, de cooperação e de cidadania e, também, de democracia. As interfaces das diferenças são simultaneamente insignificantes quando um grupo aprende a aceitar as peculiaridades do outro, e dessa forma, permite que uma pessoa possa aprender com a outra.
Programas de inclusão educacional não dependem unicamente do grupo abordado em questão, mas dos próprios educadores e do próprio governo em ser receptivo ao que tange à estruturação do ambiente escolar.
Os educadores precisam desenvolver técnicas adequadas para lidar com diversos grupos de alunos, assim como, saber como interagir com alunos com algum tipo de deficiência física e de aprendizagem para que, a pessoa em questão não se sinta como uma peça fora do próprio sistema. Os mestres precisam desenvolver ideias de humildade, solidariedade e respeito mútuo entre seus alunos.
O governo deve planejar formas de incorporar pessoas marginalizadas pela situação social dentro da esfera educacional e, promover reformas estruturais no plano de educação e na formação e capacitação de seus professores.
Infelizmente, projetos assim não são fáceis de serem manipulados quando o próprio Brasil já possui uma segregação social herdada de séculos passados. A própria história brasileira é cheia de diferenças entre classes sociais e de preconceito com as diferenças que existem entre os seres humanos.
A inclusão social é algo importante para o desenvolvimento de uma nação e faz com que, fatores como o próprio preconceito, a violência e a marginalização fiquem sem significado no que tange a complementaridade que uma sociedade precisa ter com seus indivíduos e culturas tão diversas.
Imagem retirada do site: http://blog.cancaonova.com/pensandobem/files/2007/11/pai-e-filho1.JPG
Texto por Natalia Iorio Garcia
Maravilhoso.
ResponderExcluirComo sempre, excelentes argumentos.
Parabéns, você merece de verdade.
Adorei o texto.