segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sobre os Céus

Como discípulo de Platão, temos Aristóteles, tão conhecido e pronunciado por nós em conversas formais e, por ora, informais. Aristóteles possui um requinte muito apreciado atualmente. Em toda a sua obra, ele mantém o modelo de pensamento igual para todos os aspectos filosóficos de seu pensamento. Isto é, toda a sua estrutura de pensamento é a mesma aplicada em todos os tipos de ciência por ele desenvolvida.

Dentre suas obras, as de maior destaque das ciências naturais são: Meteorologia, Physica, De Caelo e De Generatione et Comptione. O conteúdo dessas obras trata sobre o princípio do movimento das coisas, a construção do pensamento lógico e racional do ser humano, sua cosmovisão e a constante destruição e construção do ser e do pensamento em que todos os homens estão propensos a ter.

Aristóteles foi o primeiro filósofo de que se tem conhecimento a usar métodos de classificação e catalogação de coisas e seres. Como ideia básica, ele divide o mundo, para nós chamado de Universo em quatro elementos mais um: a terra, a água, o ar, o fogo e o éter.

Dentro dessa divisão aristotélica dos elementos, surge a visão do Universo segundo esse filósofo grego. Segundo ele, os quatro elementos, a terra, a água, o ar e o fogo, pertencem ao mundo sublunar, o que significa que esses elementos só existem abaixo da órbita da Lua; já o éter, é encontrado apenas no mundo extralunar, ou seja, acima da órbita da Lua.

Há na obra aristotélica uma grande referência e singularidade no trato com os movimentos dos objetos. Para Aristóteles, todo objeto tem um movimento natural que pertence unicamente àquele corpo, e esse movimento é promovido pelas características de que ele é feito. Dessa maneira, os quatro elementos e o éter, determinavam os movimentos característicos de cada objeto, dependendo da quantidade em que eram encontrados em cada corpo.

O fogo e o ar possuem movimentos naturais verticais retilíneos ascendentes, a terra e a água possuem movimentos naturais verticais retilíneos descendentes. Dentro desta classificação, Aristóteles, argumenta que se um objeto produz um movimento diferente dos já classificados, este corpo ou é feito da composição dos quatro elementos, ou este corpo está desempenhando um movimento violento, que significa um movimento forçado, em oposição àquele movimento natural característicos do corpo em questão.

Foi a partir dessa divisão de movimentos e elementos, que Aristóteles defende sua ideia de que a Terra está parada no centro do universo, porque se o movimento natural da terra é de descender, é racional pensar que o movimento natural da Terra é ficar parada no centro do Universo.

No mundo do éter, os movimentos que os quatro elementos desempenham não são aplicados no mesmo. O movimento natural do éter é o movimento circular uniforme, e é por esse motivo que os planetas, o sol e as estrelas estão orbitando ao redor da Terra, seria impensável que a Terra feita predominantemente do elemento terra se movimentasse ao redor de algo, sendo que este movimento circular é característica de objetos feitos de éter.

Os pensamentos e as visões aristotélicas são muito amplas e argumentativas, os conceitos de movimento são correlacionados segundo dois estados: o da metabolé que é o movimento da transformação que algo ou alguém possa desenvolver, ou o estado da knésis, o movimento físico e instantâneo que um objeto ou um ser possa desempenhar.

Para Aristóteles, o poder de transformação das coisas se classificava num conceito seu denominado Ato e Potência. O Ato é tudo aquilo que existe dentro de um ser, algo que mesmo que se transforme, ou seja, vire a Potência, a essência desse ser sempre estará nesse corpo, mesmo que este esteja em constante transformação dentro da Potência.

Exemplo disso é o crescimento de uma planta. A semente é o Ato da planta, enquanto a Potência é a planta já crescida, depois de sofrer todas as transformações necessárias para tal. Entretanto nesse processo transformativo, o Ato, a semente, continua dentro da Potência da planta, a origem ou a essência da planta continua indefinidamente com ela, independente de sua transformação.

Dentre todas as ideias aristotélicas, as que foram anunciadas acima, não promovem uma relação completa da obra de Aristóteles. Sua literatura é tão vasta quanto o seu pensamento o foi, entretanto, dentro das ciências naturais, mais especificamente a física, os conceitos cosmológicos e dos movimentos naturais, serão fortes argumentos para os cientistas da idade média.

Durante séculos Aristóteles foi o pensador de maior referência do mundo antigo, seus argumentos e sua filosofia possuem conceitos e definições muito coerentes e admissíveis. Mesmo com todos os avanços tecnológicos que temos hoje ao redor do mundo, e mesmo com todos os desvendamentos científicos que temos diariamente, o legado aristotélico possui uma importância enorme para todos os campos do conhecimento humano, e se, ainda, pudéssemos fazer uma análise mais cuidadosa do pensamento aristotélico, poderíamos até acreditar em suas teorias e entender que a história e a filosofia são as pontes que ligam o nosso Ato à nossa Potência.
Boa filosofia a todos!


Imagem retirada do site: http://www.riobranco.org.br/arquivos/sites2008/6_agosto/grupo7/grupo/Imagens/aristoteles2008.jpg

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